Re: Você está sob ameaça de risco?
Re: Você está sob ameaça de risco?
De forma geral, o Tratamento de Riscos e a Gestão de Riscos podem até ser encaradas como uma mesma coisa, porém existem diferenças. Enquanto a Gestão de Riscos é mais abrangente e corresponde a todo o processo, desde a identificação até os planos de ação, o Tratamento de riscos está mais focado na tratativa individual dos riscos em si e nas decisões que precisamos tomar a respeito de cada risco individualmente.
O Tratamento de Riscos, em alguns casos, pode simplesmente eliminar um risco quando elimina a probabilidade de um risco acontecer. Já a Gestão de Riscos nunca terá um fim, uma vez que não é possível eliminar todos os riscos, bem como as mudanças de contextos podem fazer surgir novas ameaças.
No post de hoje, vamos focar no Tratamento de Riscos e nas possibilidades que você tem ao se deparar com um risco na sua empresa. Ao identificar um risco, podemos reagir a ele de 6 formas diferentes, sendo elas: Evitar, Mitigar, Transferir, Aceitar, Compartilhar e Preparar. Preparado para entender melhor cada uma delas? Vamos lá! 😉
Evitar – eliminando a probabilidade
Em determinados casos, é possível que eliminemos completamente um risco ao eliminar a probabilidade de ele acontecer. Nesses casos, o risco deixa de ser uma ameaça e não mais voltaremos a pensar nele.
Para exemplificar, imagine que parte da área de armazenamento de uma empresa seja a céu aberto. Assim, sempre haverá o risco de que a chuva molhe os materiais armazenados e algo seja danificado pela ação do tempo. Identificado esse risco, sua empresa decide então cobrir toda a área, eliminando a possibilidade de que a chuva estrague os materiais armazenados.
Este é um exemplo simples, mas bastante didático. Também vale citar que, em muitos casos, para eliminar o risco, eliminamos a atividade que o torna possível. Por exemplo, se um projeto corre o risco de ser mais oneroso que lucrativo, não executamos esse projeto. A decisão, como sempre, vai de acordo com o seu contexto.
Mitigar – reduzindo a probabilidade
A segunda opção, e talvez a mais utilizada, corresponde a reduzir a probabilidade de ocorrência de um risco ou minimizar seu impacto caso ele incida. Em palavras mais simples, podemos dizer que significa tomar medidas para: tornar um risco menos provável de acontecer ou torná-lo menos prejudicial caso aconteça.
Isso pode envolver uma variedade gigante de ações. Podemos citar desde a implementação de novos tipos de controles e o desenvolvimento de procedimentos de contingência, até o treinamento dos colaboradores e o investimento em novas tecnologias.
Para citar um exemplo simples, imagine um canteiro de obras. Devido às características do próprio negócio, este é um local que oferece muitos riscos de um acidente de trabalho. Se esses riscos incidirem, a empresa pode enfrentar vários problemas, que vão desde interrupções na execução, impactos financeiros e, o mais sensível e grave, a saúde de seus colaboradores.
Para minimizar esses riscos, mitigá-los, a empresa pode investir em treinamento constante, ensinando boas práticas de segurança para as pessoas, o que reduz a probabilidade de os riscos incidirem. Ela pode, ainda, investir em bons EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), que podem minimizar os impactos caso um acidente se materialize. Esses são apenas alguns exemplos, mas que deixam claro como funciona a mitigação dos riscos.
Transferir – terceirizando os impactos
Outra possibilidade bastante usada é a de transferir ou terceirizar os impactos da incidência de um risco. Neste caso, em vez de lidar diretamente com o risco, a organização, então, decide transferir a responsabilidade pelo risco para outra parte. Essa opção também é bastante utilizada em alguns contextos e pode ser feita por meio de contratos de seguro, acordos contratuais ou parcerias estratégicas.
Imagine, por exemplo, uma transportadora. Sempre haverá o risco de que seus veículos ou as cargas transportadas sejam furtadas. Assim, a empresa opta por contratar um seguro, transferindo o ônus de um possível roubo para a empresa seguradora. Esse é um dos exemplos mais comuns.
Aceitar – quando o tratamento de riscos é mais caro que a incidência
Em certos contextos, pode ser viável simplesmente aceitar o risco e seus possíveis impactos, decidindo proativamente não fazer absolutamente nada. Essa opção acontece, principalmente, em 2 casos:
- Quando os custos associados ao tratamento do risco forem muito maiores do que os benefícios potenciais;
- Quando a probabilidade de acontecimento, independentemente do impacto, for muito baixa ou remota.
Imagine, por exemplo, que uma determinada máquina seja vital para a linha de produção de uma empresa. Em determinado momento, a manutenção identifica que essa máquina pode parar de funcionar. Entretanto, fazer a troca desse equipamento pode ser inviável, caro demais neste momento e o tempo de reparo da máquina não causaria grandes danos à produção. Neste caso, a empresa pode simplesmente aceitar que o risco pode incidir e não fazer a troca do equipamento.
Compartilhar – dividindo ônus da materialização
Em algumas circunstâncias, é possível compartilhar o ônus de um risco com outras partes interessadas, como parceiros de negócios ou clientes. Neste caso, simplesmente dividimos os riscos e prejuízos com alguma parte interessada estratégica. Isso pode ser feito por meio de acordos de compartilhamento de riscos ou colaboração em estratégias de mitigação.
Um exemplo simples desse tipo de prática é a organização de eventos. Imagine que duas empresas locais decidam fazer um evento para divulgar seus produtos e serviços. Há o risco de que esse evento não tenha adesão da população, que não sejam efetuadas vendas ou até mesmo contratempos climáticos.
Dessa forma, ambas as empresas concordam em compartilhar os riscos, dividindo os custos e possíveis prejuízos ao organizar juntas o evento. Isso ajuda a viabilizar a ação, tornando-a menos problemática caso o evento não seja um sucesso.
Preparar – respondendo aos impactos
O preparar não é muito levado em consideração, pois de certa forma faz parte de outras estratégias do Tratamento de Riscos. Assim, mesmo que muitas empresas constantemente se preparem para lidar com a incidência de seus riscos, elas não usam muito essa classificação.
Essa ação, de forma simples, corresponde a criar estratégias e ações para reduzir ou eliminar os impactos de um risco materializado. Isso pode incluir o desenvolvimento de planos de contingência, treinamento de equipe e simulações de cenários.
Tratamento de riscos: opções para uma tomada de decisões mais assertiva
É importante compreender o Tratamento de Riscos de forma mais individualizada, pois assim podemos decidir melhor como agir diante de um risco mapeado. As ações descritas aqui podem ser formas úteis de lidar com riscos e garantir que a organização os trate da maneira correta.
Além disso, precisamos entender que essas formas de agir podem ser utilizadas em conjunto, maximizando ainda mais o Tratamento de Riscos e as oportunidades de melhorar os resultados. Por exemplo, mesmo que uma organização decida compartilhar um risco, ainda assim podemos aplicar ações de mitigação para reduzir a possibilidade de que ele se materialize.
Portanto, ao conhecer mais a fundo as técnicas descritas no nosso artigo de hoje, você poderá treinar melhor as pessoas e decidir melhor sobre como tratar as ameaças que rondam sua empresa. Essa é a verdadeira Gestão de Riscos, aquela que atua proativamente e garante mais resultados para todas as partes interessadas 🤝
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