Relação causa e efeito: por que ela é vital na tratativa de não conformidades?
Relação causa e efeito: por que ela é vital na tratativa de não conformidades?
No artigo de hoje, vamos abordar a relação causa e efeito, o primeiro e mais importante passo da tratativa de não conformidades. Muitas vezes, uma tratativa falha justamente por não levar esse fator em consideração e, assim, chegar a conclusões equivocadas.
Essa relação é tão importante que tem várias ferramentas focadas apenas em analisá-la. Isso sem contar que o processo de tratativa tem uma etapa completa voltada apenas a entender as causas e consequências das NC’s.
Por isso, todo profissional da qualidade precisa entendê-la muito bem e saber aplicá-la não só à tratativa de ocorrências, mas a qualquer resolução de problemas. No artigo de hoje, vamos entender esse aspecto e discutir como ele colabora com a melhora continua e excelência da sua empresa.
O que é a relação causa e efeito?
A relação de causa e efeito é fundamental na análise das causas raiz das não conformidades dentro do contexto da gestão da qualidade. Explicando, essa relação refere-se à conexão entre um evento (efeito) e as razões subjacentes que o originam (causas).
De forma simples, entender a relação causa e efeito é compreender quais são os verdadeiros motivos (causas) de determinado problema ou não conformidade ocorrer (efeitos). É como se analisássemos um determinado problema “de trás pra frente”, buscando o acontecimento que o levou a incidência.
Assim, o efeito será sempre o problema identificado, ou seja, o erro ou não conformidade nos processos, produtos ou serviços. Já a causa é o motivador desse erro, problema ou não conformidade, aquilo que inicialmente levou a ocorrência do efeito.
Importância da causa-efeito na tratativa de não conformidades
O maior objetivo da tratativa de não conformidades é eliminar por completo a possibilidade de um erro voltar a acontecer. Isso porque, na tratativa em si, os efeitos são apenas um indicativo de que algo não ocorreu como deveria.
Assim, na fase de planejamento da tratativa é preciso buscar a fundo o fato gerador do problema, ou seja, a causa do acontecimento.
Na gestão da qualidade chamamos isso de análise da causa raiz e entendemos que se essa causa for eliminada, eliminamos também a possibilidade (risco) de o evento tornar a acontecer. E isso é o mais importante para compreendermos neste momento.
Ferramentas úteis para identificar causas raízes
Existem dezenas de ferramentas que podem auxiliar na correta busca pelas causas de um problema. Essas ferramentas, geralmente, focam em desdobrar os efeitos até seu evento motivador (a causa).
Neste texto, procurei trazer as ferramentas mais eficazes e também mais famosas no mercado, vamos lá?
- 5 Porquês: técnica que envolve fazer repetidamente a pergunta “Por quê?” para identificar a causa principal de um problema. A ideia é ir além dos sintomas superficiais (efeitos), questionando-se até chegar à causa raiz (efeito). É mais ou menos como uma criança perguntando repentinamente “por quê?” (ver mais…);
- Diagrama de Ishikawa (Diagrama de Causa e Efeito): também conhecido como diagrama de espinha de peixe, essa ferramenta visual ajuda a identificar e mostrar as possíveis causas de um problema, organizando-as em categorias como métodos, materiais, mão de obra, máquinas, medição e ambiente (ver mais…);
- Diagrama de Pareto: baseado no famosíssimo princípio de Pareto (regra 80/20), este diagrama classifica os problemas de acordo com sua frequência ou impacto. Além de agrupar problemas com efeitos semelhantes, essa ferramenta também ajuda a identificar os problemas mais significativos que devem ser priorizados na resolução de problemas (ver mais…);
- Brainstorming: o famoso “Toró de palpite” visa reunir uma equipe multidisciplinar para gerar ideias e possíveis causas dos problemas. O objetivo é explorar uma ampla gama de perspectivas pessoas para identificar potenciais causas raízes (ver mais…);
- Análise Bow-Tie: ferramenta visual que identifica um efeito no centro do diagrama, destacando as causas potenciais que levam a esse evento à esquerda e as medidas de controle ou barreiras para mitigar o risco à direita. Essa ferramenta é especialmente útil quando temos efeitos gerados por várias causas.
Como dito, essas são apenas algumas das ferramentas disponíveis. Várias outras podem ser utilizadas e a escolha de qual ferramental usar deve respeitar o contexto da sua empresa, a capacitação dos seus colaboradores e as especificidades dos seus processos.
Ah, e se você quiser conteúdos sobre alguma ferramenta em específico, avisa a gente que criamos algo especial para o blog!
Exemplo simples de aplicação
Apenas por motivos didáticos, vejamos um exemplo simples da relação causa e efeito “em prática”. Imagine que em uma fábrica de produção de peças de plástico, houve um aumento repentino no número de peças defeituosas ou com rebarbas.
Então, após uma análise mais aprofundada utilizando a relação causa e efeito, descobrimos que uma das máquinas utilizadas na produção estava operando em uma temperatura mais alta do que o normal (causa).
Assim, a alta temperatura na máquina fez com que algumas das peças fossem fabricadas de maneira inadequada, resultando em defeitos, rebarbas e não conformidades (efeito). Neste caso, a causa (alta temperatura da máquina) está diretamente relacionada ao efeito (aumento no número de peças defeituosas). A conexão entre a temperatura elevada e as peças defeituosas é, portanto, a relação causa-efeito.
Ao identificar essa relação, a equipe de qualidade pode agir para resolver a causa raiz (ajustando a temperatura da máquina) em vez de apenas lidar com os defeitos das peças. Isso ajudará a prevenir futuros produtos defeituosos e a manter a qualidade do processo de fabricação. 😉
Causa e efeito: tratando as coisas do jeito certo!
O mais importante a considerarmos é que a análise de causas raízes busca encontrar as origens profundas de um problema específico, não apenas lidar com os sintomas visíveis. E para isso precisamos obrigatoriamente analisar a relação causa e efeito.
Se falharmos nessa análise, trataremos algo que não é a causa real do problema, assim, fatalmente voltaremos a enfrentar os problemas (efeito da causa não tratada). É como ir ao médico e receber remédios para gripe quando, na verdade, estamos com algum tipo de alergia. Os sintomas podem até passar sob efeito dos remédios, mas voltarão muito em breve (e podem até piorar).
Quanto melhor avaliamos a relação causa e efeito, mais profundamente atuamos nos processos e melhoramos a operação. Toda vez que eliminamos uma causa raiz, promovemos mais fluidez, menos erros, menos retrabalho e refugos, ou seja: promovemos melhorias. Assim, quanto mais causas nós atacarmos, mais melhorias promovemos e isso, sem dúvida, leva a excelência e melhores resultados para todas as partes interessadas.
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