Você já se questionou quantas vezes nos punimos por romantizar o sofrimento para obter resultado? Pois é… mapeamos processos robustos e rastreáveis na ansiedade de sistematizar detalhadamente as atividades no pensamento pouco inteligente que o simples pode ser fraco ou falho. Se todo excesso, oculta uma falta, para Freud era assim:

” Você deve conhecer quem fala demais, come demais, ri demais, faz piadas sobre si mesmo o tempo todo. Tudo demais. O demais preenche o vazio na distância necessária que nos impede de entrar em contato com a angústia da falta. Freud (1920).”

Ah os extremos! Tão desafiador quanto o desejo de se ter “mais horas dentro do dia” é a colisão do equilíbrio, de tanto o procurar passamos a não saber lidar com ele, que é tão necessário para se ter discernimento. E quando o assunto é “tempo” não paro de pensar na proporção sobre “Qualidade de tempo” que dedico a algo, e para mim Qualidade é assunto sério, tão sério quanto mudar paradigmas na hora de implantar um Sistema de Gestão da Qualidade, baseado na ABNT NBR ISO 9001, por exemplo.

O paradigma está justamente em sacrificar o tempo para conquistar uma Certificação em Qualidade justamente por não encontrarmos ferramentas adequadas para simplificar a burocracia sem perder a rastreabilidade. Sim! rastreabilidade pois os requisitos normativos de um sistema de gestão, embora tenha seus princípios fundamentais o cumprimento de procedimentos e normas (pasmem, todas as ABNT’s primam por isso) parte do princípio que uma auditoria jamais será surpresa justamente por cobrar dados e resultados estatísticos de processos executados por um determinado período, ficando assim mais complexo evidenciar tarefas executadas sem o famoso “RQ – Registro da Qualidade” isso sem falar na forma descritiva de executar um processo, entrando em cena os populares “POP – Procedimento Operacional Padrão, PO – Procedimento Operacional, FL – Fluxogramas ou IT – Instruções de Trabalho” isso sem incluirmos as nomenclaturas da segurança e meio ambiente que podem estender-se ainda em PS – Plano de Segurança ou PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos etc.

Felizmente ou infelizmente em “Gestão da Qualidade” não se pode, ou não se deve, simplificar ou pular processos, ao menos não antes de avaliar todo o contexto e conhecer os fluxos por trás das atividades, sejam elas simples ou complexas, o que acontece quando uma organização está disposta (ou imposta por uma exigência de homologação de cliente rs) a “tirar” uma Certificação, e me refiro tirar entre aspas justamente por não ser apenas pagar uma taxa e protocolar como uma licença, ela recorre as planilhas, blocos de nota, editores de texto… pois a ideia de automatizar a “qualidade” parece muito utópica, gerando portanto o “sacrifício do tempo” que comentei no início ou os assustadores “copia e cola” de uma outra empresa que já trabalhei.

Procedimentar é uma arte que ficará parada na prateleira se não for construída a quatro mãos, mas acreditem essa construção pode ser feita a “quatro dedos e alguns cliques” se encontrarmos um software “DE Qualidade PARA a Qualidade” e se ele “conversar com o ERP ou WMS” então, é garantia de Excelência em Resultados!

A ISO 9001 pode ser a base para administrar uma organização, basta querer de fato introduzir seus critérios honestamente na prática sem permitir que as áreas criem rotinas exclusivamente para evidenciar em auditorias.

Cris Kalkmann – Diretora da Qualidade e cliente da 8Quali desde Setembro de 2020.

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